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Plantas no Aquário
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Plantas no Aquário
Provavelmente você já leu ou ouviu em alguma ocasião uma pergunta mais ou menos nestes termos: mas você quer um aquário plantado ou com plantas? De certa forma, consolidou-se uma distinção entre uma coisa e outra, mas mesmo sendo este assunto que gere algum debate, apenas para “fins didáticos”, vamos considerar esta diferenciação por agora.
A grosso modo, o aquário plantado é aquele cujo foco são as plantas e todos os recursos serão usados em benefício delas. Substrato fértil, iluminação potente, injeção de CO2, esquema forte de fertilização. Já o aquário com plantas é aquele que muitos de nós temos. Apenas substrato inerte, sem injeção de CO2, iluminação razoável, um pouco de potássio aqui, um tantinho de micronutrientes lá, com plantas que se adaptam a este conjunto de fatores. E claro, os peixes, foco e finalidade de toda a montagem. E é sobre esta segunda opção que quero falar.
Manter plantas em aquário sempre foi lida minha. Tenho kinguios e quando comecei pesquisar com seriedade, só o que lia a respeito deste assunto era o seguinte: kinguios e plantas não combinam; em aquário de kinguios só plantas artificiais; eles desenterram e comem todas as plantas. E por aí a coisa avançava.
Foi muito frustrante este tipo de retorno. Justo o peixe que eu tinha não podia usufruir dos benefícios das plantas? E lá ficava eu matutando que não podia ser assim. Difícil, vá lá. Mas planta alguma? Foi muita leitura até encontrar o tópico de um aquarista que possuía aquário de kinguios com plantas. E pasmem, era possível mantê-los juntos! Foi o ponto de partida. Sei que pareço um disco de repetição, mas plantas fazem um imenso bem para nossos peixes. Muitas vezes sequer precisamos de grande investimento para tê-las. É apenas questão de querer, pesquisar e planejar.
Plantas aquáticas (macrófitas aquáticas) são divididas em grupos, conforme a posição que ocupam na coluna d’água. Desta forma, temos:
• Flutuantes livres, flutuam na superfície e suas raízes não se fixam em qualquer substrato (ex.: aguapé, alface d’água).
• Submersas livres, flutuam livremente abaixo da superfície (ex.: utriculária).
• Submersas enraizadas, crescem totalmente imersas (ex.: elódea, erva d’água mayaca).
• Enraizadas com folhas flutuantes (ex.: lírio d’água, vitória-régia).
• Emergentes ou emersas, apenas raízes ou rizomas ficam submersos (ex.: junco, taboa).
Manter plantas em aquários significa disponibilizar uma série de benefícios à fauna que o habita. Macrófitas aquáticas fornecem uma suplementação de oxigênio além daquele que a água absorve do ar pelas trocas gasosas ocorridas na superfície. Proporcionam áreas de sombra para animais sensíveis a luz intensa. Servem como demarcadoras de territórios, locais de desova e abrigo, tanto para alevinos como peixes adultos. Algumas são excelentes alimentos, a exemplo da lentilha d’água, planta rica em proteína.
Também atuam como purificadoras da água, filtrando os nutrientes nela dissolvidos e usando-os para sua própria manutenção e crescimento. E esta é a parte que mais gosto: plantas aquáticas consomem amônia. Nitratos, você quer dizer. Não, quero dizer amônia mesmo, além de nitratos, fosfatos e minerais. Muitas plantas aquáticas – e isto tem comprovação científica – absorvem preferencialmente amônia a nitratos. Não havendo amônia disponível, então elas utilizarão nitratos.
E por que isto ocorre? Porque o gasto energético da planta é muito menor para consumir amônia do que nitrato. É uma questão de preservação de energia. Desta forma as plantas atuam como filtros, depurando e subtraindo nutrientes para seu uso, tornando a água mais salubre para a fauna. Contribuem também para a redução e controle de algas, não permitindo a existência de excesso de nutrientes dissolvidos, os quais seriam invariavelmente utilizados pelas algas.
Algumas plantas que consomem preferencialmente amônia: Pistia stratiotis, Lemna minor, Elodea densa, Ceratophyllum demersum, Fontinalis antipyretica.
Deixando os aquários um pouco de lado e considerando os corpos d’água naturais, macrófitas aquáticas têm importância relevante como produtores primários, fonte de alimento para peixes, aves e mamíferos. Por necessitarem de altas concentrações de nutrientes para se desenvolverem também são vistas como bioindicadoras de um ambiente. Por exemplo: aguapés e alfaces d’água desenvolvem-se melhor e proliferam bem em ambientes eutrofizados (ricos em nutrientes). Já a presença de elódeas e algumas espécies de ninphoides, indicam ambientes menos eutrofizados. Por esta característica são utilizadas na recuperação de rios e lagos poluídos, considerando que os poluentes são tanto orgânicos (resíduos aninais e vegetais, esgosto doméstico) como inorgânicos (esgoto industrial, produtos de limpeza).
O aumento exagerado destas plantas em um determinado local deve-se basicamente a dois fatores: falta de predadores naturais e aumento do nível de eutrofização, ou seja, maior disponibilidade de compostos nitrogenados e fosfatos. As que se reproduzem com rapidez e facilidade neste caso são Eichhornia crassipes, Salvinia molesta, Elodea canadensis, Pistia stratiotis, Ceratophyllum demersum.
Outra faceta interessante é a utilização de macrófitas aquáticas no tratamento de efluentes, seja de pequenas povoações rurais, aqüicultura, carcinicultura, frigoríficos, hotéis, entre outros. As plantas mais utilizadas, em função de sua capacidade de consumo de nutrientes e despoluição da água, são aguapé e alface d’água. É interessante observar também que o sistema radicular destas plantas retem partículas sólidas em suspenção. Outras plantas utilizadas para esta finalidade são: Salvinia rotundifolia, Elodea nuttallii, Wolffia arrhiza, Ceratophyllum demersum, Myriophyllum aquaticum, Spirodela polyrhiza.
Voltando aos aquários, podemos ainda lembrar as montagens de Diana Walstad, conhecidas como Natural Planted Tank ou El Natural, onde uma das premissas é a de que peixes e plantas devem equilibrar as necessidades uns dos outros no pequeno sistema que é o aquário. Por estas e outras que plantas são tudo de bom. Não privem os peixes desta companhia. Sem grande investimento (que há quem não queira e há quem não possa) é possível manter plantas adequadas ao aquário e fauna que ele contém. Ou mesmo adequadas a uma situação esporádica. Em um caso de explosão de algas, quem nunca ouviu dizer “coloque plantas de crescimento rápido?”. Menos nutrientes disponíveis na coluna d’água e as algas tendem a ficar sob controle. Lentilhas d’água adoram isto.
A grosso modo, o aquário plantado é aquele cujo foco são as plantas e todos os recursos serão usados em benefício delas. Substrato fértil, iluminação potente, injeção de CO2, esquema forte de fertilização. Já o aquário com plantas é aquele que muitos de nós temos. Apenas substrato inerte, sem injeção de CO2, iluminação razoável, um pouco de potássio aqui, um tantinho de micronutrientes lá, com plantas que se adaptam a este conjunto de fatores. E claro, os peixes, foco e finalidade de toda a montagem. E é sobre esta segunda opção que quero falar.
Manter plantas em aquário sempre foi lida minha. Tenho kinguios e quando comecei pesquisar com seriedade, só o que lia a respeito deste assunto era o seguinte: kinguios e plantas não combinam; em aquário de kinguios só plantas artificiais; eles desenterram e comem todas as plantas. E por aí a coisa avançava.
Foi muito frustrante este tipo de retorno. Justo o peixe que eu tinha não podia usufruir dos benefícios das plantas? E lá ficava eu matutando que não podia ser assim. Difícil, vá lá. Mas planta alguma? Foi muita leitura até encontrar o tópico de um aquarista que possuía aquário de kinguios com plantas. E pasmem, era possível mantê-los juntos! Foi o ponto de partida. Sei que pareço um disco de repetição, mas plantas fazem um imenso bem para nossos peixes. Muitas vezes sequer precisamos de grande investimento para tê-las. É apenas questão de querer, pesquisar e planejar.
Plantas aquáticas (macrófitas aquáticas) são divididas em grupos, conforme a posição que ocupam na coluna d’água. Desta forma, temos:
• Flutuantes livres, flutuam na superfície e suas raízes não se fixam em qualquer substrato (ex.: aguapé, alface d’água).
• Submersas livres, flutuam livremente abaixo da superfície (ex.: utriculária).
• Submersas enraizadas, crescem totalmente imersas (ex.: elódea, erva d’água mayaca).
• Enraizadas com folhas flutuantes (ex.: lírio d’água, vitória-régia).
• Emergentes ou emersas, apenas raízes ou rizomas ficam submersos (ex.: junco, taboa).
Manter plantas em aquários significa disponibilizar uma série de benefícios à fauna que o habita. Macrófitas aquáticas fornecem uma suplementação de oxigênio além daquele que a água absorve do ar pelas trocas gasosas ocorridas na superfície. Proporcionam áreas de sombra para animais sensíveis a luz intensa. Servem como demarcadoras de territórios, locais de desova e abrigo, tanto para alevinos como peixes adultos. Algumas são excelentes alimentos, a exemplo da lentilha d’água, planta rica em proteína.
Também atuam como purificadoras da água, filtrando os nutrientes nela dissolvidos e usando-os para sua própria manutenção e crescimento. E esta é a parte que mais gosto: plantas aquáticas consomem amônia. Nitratos, você quer dizer. Não, quero dizer amônia mesmo, além de nitratos, fosfatos e minerais. Muitas plantas aquáticas – e isto tem comprovação científica – absorvem preferencialmente amônia a nitratos. Não havendo amônia disponível, então elas utilizarão nitratos.
E por que isto ocorre? Porque o gasto energético da planta é muito menor para consumir amônia do que nitrato. É uma questão de preservação de energia. Desta forma as plantas atuam como filtros, depurando e subtraindo nutrientes para seu uso, tornando a água mais salubre para a fauna. Contribuem também para a redução e controle de algas, não permitindo a existência de excesso de nutrientes dissolvidos, os quais seriam invariavelmente utilizados pelas algas.
Algumas plantas que consomem preferencialmente amônia: Pistia stratiotis, Lemna minor, Elodea densa, Ceratophyllum demersum, Fontinalis antipyretica.
Deixando os aquários um pouco de lado e considerando os corpos d’água naturais, macrófitas aquáticas têm importância relevante como produtores primários, fonte de alimento para peixes, aves e mamíferos. Por necessitarem de altas concentrações de nutrientes para se desenvolverem também são vistas como bioindicadoras de um ambiente. Por exemplo: aguapés e alfaces d’água desenvolvem-se melhor e proliferam bem em ambientes eutrofizados (ricos em nutrientes). Já a presença de elódeas e algumas espécies de ninphoides, indicam ambientes menos eutrofizados. Por esta característica são utilizadas na recuperação de rios e lagos poluídos, considerando que os poluentes são tanto orgânicos (resíduos aninais e vegetais, esgosto doméstico) como inorgânicos (esgoto industrial, produtos de limpeza).
O aumento exagerado destas plantas em um determinado local deve-se basicamente a dois fatores: falta de predadores naturais e aumento do nível de eutrofização, ou seja, maior disponibilidade de compostos nitrogenados e fosfatos. As que se reproduzem com rapidez e facilidade neste caso são Eichhornia crassipes, Salvinia molesta, Elodea canadensis, Pistia stratiotis, Ceratophyllum demersum.
Outra faceta interessante é a utilização de macrófitas aquáticas no tratamento de efluentes, seja de pequenas povoações rurais, aqüicultura, carcinicultura, frigoríficos, hotéis, entre outros. As plantas mais utilizadas, em função de sua capacidade de consumo de nutrientes e despoluição da água, são aguapé e alface d’água. É interessante observar também que o sistema radicular destas plantas retem partículas sólidas em suspenção. Outras plantas utilizadas para esta finalidade são: Salvinia rotundifolia, Elodea nuttallii, Wolffia arrhiza, Ceratophyllum demersum, Myriophyllum aquaticum, Spirodela polyrhiza.
Voltando aos aquários, podemos ainda lembrar as montagens de Diana Walstad, conhecidas como Natural Planted Tank ou El Natural, onde uma das premissas é a de que peixes e plantas devem equilibrar as necessidades uns dos outros no pequeno sistema que é o aquário. Por estas e outras que plantas são tudo de bom. Não privem os peixes desta companhia. Sem grande investimento (que há quem não queira e há quem não possa) é possível manter plantas adequadas ao aquário e fauna que ele contém. Ou mesmo adequadas a uma situação esporádica. Em um caso de explosão de algas, quem nunca ouviu dizer “coloque plantas de crescimento rápido?”. Menos nutrientes disponíveis na coluna d’água e as algas tendem a ficar sob controle. Lentilhas d’água adoram isto.
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